terça-feira, 18 de maio de 2010


Ai que raiva quando as pessoas desfazem das loiras. Essa história de loira burra não está com nada. Há cada morena tão inteligente que nem conto aqui! Uma dessas num programa de TV, dias desses, disse que o sol era um planeta do sistema solar! Ui! E então penso na querida filha que já se foi dessa vida. Linda como ela só, e tão inteligente, desde muito menina. Faltava uma disciplina para ela terminar Filosofia na USP, quando começaram as manifestações de profunda desilusão com a vida e diante da vida. Imagino o quanto ela devia sofrer ao procurar boas amizades, de gente que ela imaginava influente e generosa, que lhe pudesse oferecer um caminho profissional a quem se formava em Filosofia, num país como o Brasil que superfatura o entretenimento, e dá uma banana para a cultura. Porém essa gente olhava a beleza dela, pensava só na beleza dela, desprezava a inteligência, sempre acreditando falsamente que beleza não se mescla com inteligência. Imagino o quanto não se aproveitaram dela, o quanto não ensaiaram falsas possibilidades, falsas promessas; imagino o desencanto de quem sabe que é muito inteligente e capaz, que demonstra isso, que é gentil, bem humorada, educada, porque todas essas virtudes fazem parte da inteligência, porém os obtusos apenas viam com certeza o corpo dela, a a beleza dela, os belos olhos, a boca e os dentes perfeitos, o lindo e espontâneio sorriso, a ingenuidade de quem aprendeu com a mãe a acreditar nas pessoas e na vida, e foi tendo, seguidamente, inúmeras decepções. Quando lhe prometiam arranjar algum digno emprego, em que ela poderia pelo menos escrever, com certeza, devia custar algum gesto; com certeza, gestos agradáveis aos aproveitadores, desagradabilíssimos a ela, que, com certeza, caía na conversa dos malandros; essas másculas inteligências dos malandros que se tornam mais másculas à medida em que rebaixam a inteligência feminina das quais se alimentam. Vi a tristeza de minha doce Adriana, quando depois de fazer verdadeira via crucis por inúmeras agências de publicidade, algum amigo lhe disse que ela perdia tempo e que um dia lhe diria por que. Pobre Dri, que foi ficando triste, taciturna, reclusa, escondida, doente, decepcionada até se ir para sempre. Garanto que ela fala hoje com os anjos e que, com eles, é possível trocar figurinhas sem perder a dignidade, sem se aborrecer com a própria beleza, que na vida terrena lhe foi terrível empecilho. Garanto que ela era muito maior que a vida, muito maior que todos juntos daquele conjunto de gente obscena que só a detinha para tirar algum proveito da beleza dela sabendo que, ao fazer isso, sufocavam qualquer possibilidade de considerá-la íntegra de sabedoria, aquela sabedoria que , claro, eles pelo menos supunham, mas que tinham medo de conhecer e de reconhecer. Afinal alguém ensinou a esses gigantes do intelecto que só ao homem é dado o privilégio de ser inteligente e sábio... com isso desconheceram o que era mais belo na linda Adriana, o saber, a sensibilidade, a genialidade que eram seus mais caros dons.
Essas da foto somos suas admiradoras; mãe e sobrinhas felizes por termos vivido, mesmo que tão pouco, com a doce Dri.

PALESTRAS


Quero registrar no meu blog o quanto gosto de fazer palestras e que sucesso eu faço, modéstia à parte, porque sei que elogio em boca própria é impropério. É que sou comunicadora nata, gosto de falar, de interagir com a platéia, tenho 400 anos de janela, fico segura e baixa uma luz, um holofote sobre mim e aí não há quem me segure. Nesse sábado que passou dia 15 de maio, falei no Ibirapuera a centenas de pessoas sobre As várias faces do amor s e sua influência na vida profissional; Tema muito complexo que agrada todo o mundo. E nem queiram saber como o amor com suas várias faces secretas exerce influência sobre nossa vida pessoal e profissional! E tem aquela face escura do amor a que se dá o nome de ódio, pois que uma tênue linha separa dois sentimentos tão semelhantes se tão contrários. Foi um sucesso. Consequência: lá vem os fãs e querem uma foto, um contato, um autógrafo, como se fôssemos ídolos e não somos. Somos meros mortais que apenas fazemos o de que gostamos muito e falamos do que conhecemos e podemos ilustrar. Essa palestra, particularmente, é indispensável às empresas que querem boas atitudes de seus empregados, querem gente mais culta e mais informada, mais reflexiva e mais atenta sobre a vida e suas tramas, sobre como lidar com os sentimentos de maneira que ele sempre seja um componemte positivo na vida pessoal e profissional Olhe aí, gente de empresa, estou à disposição para apresnetar um trabalho de primeira categoria. Cobro barato. Basta entrar em contato comigo. E ainda tenho vários outros títulos de palestras com assuntos imprescindíveis à vida profissional.Fico aguardando.
Quanto tempo sem alimentar meu blog! Puxa! Tortura chinesa! Tanta coisa por dizer e nada, nem tempo, nem vontade! Não sou mais a mulher maravilha dos velhos tempos que dançava, sapateava, assobiava, atendia telefone, escrevia, dava papinha pro nenê, estudava, preparava aula, cozinhava, tudo ao mesmo tempo. Entanto , um pouco mais lerda, continuo tomando conta de tudo: casa, contas, filhos, provas, compras, livros, artigos, palestras, horas a cumprir no trabalho, correções a fazer, problemas a resolver, uma loucura. Vontade de parar o tempo, sentar num café com amigos, pôr o papo em dia, dar altas risadas, falar bem dos outros, jogar conversa fora, coisas de somenos importância, não ter hora pra voltar pra casa, zanzar ruas afora para observar a vida que passa do meu lado, não fazer nada, nem pensar em nada. Opa! Lembrei Fernado Pessoa, Alberto Caeiro, um doce de poeta, panteísta, naturalista, ingênuo, com olhos que se deslumbravam à menor brisa que balançava as folhas das árvores, de onde ele via surgir a mão divina dando forma e cores a tudo. Ah! Ser poeta... criar uma nova ordem lógica, um novo mundo jovem, longe desse mundo velho, caduco, rançoso, cheio de vícios e de coisas feias que desalentam a alma da gente...
E o que falar das eleições? Do futebol? Da copa? Do vulcão irlandês? Do atentado em Nova Yorque? Da violência de todo o dia? Da pedofilia? Das contas a pagar? Dos problemas. enfim? Com tanta lenda na cabeça, a gente não faz nada que preste. Não se tem tempo para refletir sobre os candidatos que desejam governar o país, sobre a seleção de Dunga, sobre a viagem que faríamos, não fosse o medo infantil do vulcão que solta rolos de fumaça pelos ares da Europa, medo do terror que, felizmente, nos ensinaram a tê-lo e a dominá-lo desde a primeira infância, medo de sair às ruas, pena das crianças que são atormentadas pelas doenças dos adultos. Promessa feita com fé para dar conta de pagar as dívidas. Chi!!! Já vi que hoje não é um bom dia para alimentar o blog. Só alimento de péssima qualidade. Que tal um pouco de poesia?
" Não fiz hoje o que mais queria/ nem há tempo de sonhar/ basta que fiquem suspiros na boca do mar,/ Basta que lágrimas fiquem nos olhos do vento/ Não fiz o que mais queria e assim... me lamento." ( C.M.)