Gente, como gosto de cinema! Nem que o filme não seja o que esperamos, o clima de cinema é uma curtição: hall, gente chegando, umas iguais, outras diferentes, umas mais, outras menos, café, pipoca, escadaria, luzes na ribalta e pouca luz na platéia, gente cochichando, luzes que se apagam, propagandas, leão da metro, luzes cruzadas da twenty century fox, a águia ou o condor da Columbia Pictures...enfim...o filme! Às vezes um engraçadinho dá um suspiro, um arroto, explode um saquinho barulhento, algumas pessoas riem e, pode crer, eu sou uma delas. Me divirto com a coragem dessa gente que gosta de atrapalhar o sossego alheio dos mal-humorados. Tudo isso faz parte do clima de um cinema. E quando o filme é comédia!? Aí é que a coisa pega...Aproveitam as risadas para fazer artes das mais infernais. E eu morro de rir do filme e das gracinhas. Quando é tragédia, só se ouve nariz chupando vela, o meu inclusive, porque se é pra chorar, eu choro mesmo, às vezes até soluço!!Tudo vale a pena,se a alma não é pequena. E quem diria, einh gente, Fernando Pessoa virar clichê e vir parar nesse meu cinema?! Pois é, mas ainda não assisti ao Vicky Cristina Barcelona, nem ao O leitor, nem ao Button, sempre entregue ao sofá de casa nos fins de semana de tão cansada! Nem alimentar o blog eu posso. E todo o blog é uma espécie de bichinho nervoso e faminto que quer movimento e comida a toda a hora. Menos dez anos e eu não parava em casa nos finais de semana. Era cinema, teatro, barzinho, discoteca, sambão, longos papos que avançavam a madruga e eu nem sentia. Às vezes dormia algumas horinhas, lavava o rosto, escovava os dentes, botava os óculos de sol pra esconder o cansaço dos olhos e madrugava para acordar as crianças. Deixa um ali, outro aqui, cada um numa escola e lá vai a mãe, que ainda é moleca e ainda é animada, para a sala de aula. Mesmo cansada, ao ver os alunos, a animação retornava e encontrava meu palco, minha paixão. Tudo guardadinho na memória, tudooo, memória gigantesca! Livro só para apoio dos meninos. Jeito carinhoso de chamar os alunos. Histórias boas, dicas, simplificações, comparações, analogias, tudo na cabeça como se acabara de ler o que falava. Eu, minha bolsa de carregar carteira e maquilagem, caderneta de chamada e de notas e ...mais nada...Mais nada , não! A aula! E que aula! Às vezes até eu me surpreendia com o que brotava da memória, sem pedir licença!
Ah! Mas falávamos de cinema e por falar nisso, que tal ver de novo: O amor nos tempos do cólera, Erêndira, coincidentemente ambos de Garcia Márquez; O tempero da vida, O jardim dos Finzzi Contini...E livros? Vamos ler, meninada?! Taí o Chico com outro livro pelo qual ando me derretendo. Não vi ainda, até onde cheguei, o que há de cópia de Machado no estilo, como disse a crítica n' outro dia. Machado é Machado. Chico é Chico! Cada um na sua, no seu estilo, no seu espaço e no seu tempo. Li, também, nesses dias, o livro de Mayté Proença, Uma vida inventada e amei! Já gostava das crônicas da jovem escritora e quanto ao livro, este inverte a frase já conhecida e sabida de que a arte imita a vida. Agora, não! Agora é a vida que imita a arte. O que me deixa feliz é ver pessoas, aparentemente tão frágeis, saírem das dramáticas histórias em que as meteram da maneira mais digna possível, vencendo as fases mais sombrias, como aprendizes da dor, e saindo delas como mestres, PHD na arte de ser feliz, como se felicidade estivesse mesmo nos componentes do DNA. Recomendo os dois aos alunos e aos que não são alunos também. AH! Ia me esquecendo; as lindinhas da foto são a Jade e a Baby, sempre enfeitando o sofá. BJ.
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