domingo, 5 de abril de 2009

"Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração..."


Ontem recebi amigos de velha data para um café da tarde. Para velhas amizades, reserva-se espaço imenso, quase os hectares de uma fazenda, como quase disse assim Chico Buarque no seu novo livro Leite derramado. Novas amizades vêm aos borbotões, surgem de todo o lado, a cidade é muito grande, tudo é muito rápido e passageiro, vê-se hoje o amigo, a amiga, promete-se outro encontro e tudo só fica na promessa. Todo o mundo é ocupado e as ocupações frustam sentimentos que são tão necessários, como a amizade, a verdadeira, aquela que se construiu na convivência, nos segredinhos partilhados, nas risadas gostosas, nas indagações, nos passeios, nos estudos, nas decepções, nas lágrimas iguais. Esta da foto é minha melhor amiga, desde os três anos de idade de ambas, quando Jonas nos levava ao Jardim da Infância, das freiras do Colégio São José, em Santa Rita do Passa Quatro. Aí já estávamos nos nove ou dez anos, acho. Dizem que não se deve cultuar demais o passado, mas meu signo não deixa. Gosto demais de relembrar. É como se tivesse lido um livro que não me sai da memória.

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