domingo, 5 de abril de 2009

REFORMA ORTOGRÁFICA

Nem ia dormir direito se não deixasse aos meus seguidores uma boa dica sobre a reforma ortográfica já vigente:Negrito

-prefixo terminado em vogal só leva hífen se a palavra que vem depois dele começar pela mesma vogal. Ex: semi-imagem; micro-ônibus.

Se começar por outra vogal ou consoante, junta-se tudo, sem hífen, portanto. Ex:autoestima; semicírculo, semivogal.

Se a consoante for R, ou S, dobra-se S, dobra-se R.
Ex: antissocial, antirracista, morfossintaxe.
E, olhe lá, gente: hífen no plural perde o acento: hifens

Então, basta lembrar, tanto para prefixos terminados em vogal como para os que terminam em consoante: os sons iguais se repelem e se separam por hífen; os diferentes se atraem e se juntam. Vamos ver como ficam?
hipermercado, super-realidade; autoescola, anteirrigação, ante-escolaridade.

FILMES, LIVROS, QUER MAIS?


Gente, como gosto de cinema! Nem que o filme não seja o que esperamos, o clima de cinema é uma curtição: hall, gente chegando, umas iguais, outras diferentes, umas mais, outras menos, café, pipoca, escadaria, luzes na ribalta e pouca luz na platéia, gente cochichando, luzes que se apagam, propagandas, leão da metro, luzes cruzadas da twenty century fox, a águia ou o condor da Columbia Pictures...enfim...o filme! Às vezes um engraçadinho dá um suspiro, um arroto, explode um saquinho barulhento, algumas pessoas riem e, pode crer, eu sou uma delas. Me divirto com a coragem dessa gente que gosta de atrapalhar o sossego alheio dos mal-humorados. Tudo isso faz parte do clima de um cinema. E quando o filme é comédia!? Aí é que a coisa pega...Aproveitam as risadas para fazer artes das mais infernais. E eu morro de rir do filme e das gracinhas. Quando é tragédia, só se ouve nariz chupando vela, o meu inclusive, porque se é pra chorar, eu choro mesmo, às vezes até soluço!!Tudo vale a pena,se a alma não é pequena. E quem diria, einh gente, Fernando Pessoa virar clichê e vir parar nesse meu cinema?! Pois é, mas ainda não assisti ao Vicky Cristina Barcelona, nem ao O leitor, nem ao Button, sempre entregue ao sofá de casa nos fins de semana de tão cansada! Nem alimentar o blog eu posso. E todo o blog é uma espécie de bichinho nervoso e faminto que quer movimento e comida a toda a hora. Menos dez anos e eu não parava em casa nos finais de semana. Era cinema, teatro, barzinho, discoteca, sambão, longos papos que avançavam a madruga e eu nem sentia. Às vezes dormia algumas horinhas, lavava o rosto, escovava os dentes, botava os óculos de sol pra esconder o cansaço dos olhos e madrugava para acordar as crianças. Deixa um ali, outro aqui, cada um numa escola e lá vai a mãe, que ainda é moleca e ainda é animada, para a sala de aula. Mesmo cansada, ao ver os alunos, a animação retornava e encontrava meu palco, minha paixão. Tudo guardadinho na memória, tudooo, memória gigantesca! Livro só para apoio dos meninos. Jeito carinhoso de chamar os alunos. Histórias boas, dicas, simplificações, comparações, analogias, tudo na cabeça como se acabara de ler o que falava. Eu, minha bolsa de carregar carteira e maquilagem, caderneta de chamada e de notas e ...mais nada...Mais nada , não! A aula! E que aula! Às vezes até eu me surpreendia com o que brotava da memória, sem pedir licença!
Ah! Mas falávamos de cinema e por falar nisso, que tal ver de novo: O amor nos tempos do cólera, Erêndira, coincidentemente ambos de Garcia Márquez; O tempero da vida, O jardim dos Finzzi Contini...E livros? Vamos ler, meninada?! Taí o Chico com outro livro pelo qual ando me derretendo. Não vi ainda, até onde cheguei, o que há de cópia de Machado no estilo, como disse a crítica n' outro dia. Machado é Machado. Chico é Chico! Cada um na sua, no seu estilo, no seu espaço e no seu tempo. Li, também, nesses dias, o livro de Mayté Proença, Uma vida inventada e amei! Já gostava das crônicas da jovem escritora e quanto ao livro, este inverte a frase já conhecida e sabida de que a arte imita a vida. Agora, não! Agora é a vida que imita a arte. O que me deixa feliz é ver pessoas, aparentemente tão frágeis, saírem das dramáticas histórias em que as meteram da maneira mais digna possível, vencendo as fases mais sombrias, como aprendizes da dor, e saindo delas como mestres, PHD na arte de ser feliz, como se felicidade estivesse mesmo nos componentes do DNA. Recomendo os dois aos alunos e aos que não são alunos também. AH! Ia me esquecendo; as lindinhas da foto são a Jade e a Baby, sempre enfeitando o sofá. BJ.

"Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves, dentro do coração..."


Ontem recebi amigos de velha data para um café da tarde. Para velhas amizades, reserva-se espaço imenso, quase os hectares de uma fazenda, como quase disse assim Chico Buarque no seu novo livro Leite derramado. Novas amizades vêm aos borbotões, surgem de todo o lado, a cidade é muito grande, tudo é muito rápido e passageiro, vê-se hoje o amigo, a amiga, promete-se outro encontro e tudo só fica na promessa. Todo o mundo é ocupado e as ocupações frustam sentimentos que são tão necessários, como a amizade, a verdadeira, aquela que se construiu na convivência, nos segredinhos partilhados, nas risadas gostosas, nas indagações, nos passeios, nos estudos, nas decepções, nas lágrimas iguais. Esta da foto é minha melhor amiga, desde os três anos de idade de ambas, quando Jonas nos levava ao Jardim da Infância, das freiras do Colégio São José, em Santa Rita do Passa Quatro. Aí já estávamos nos nove ou dez anos, acho. Dizem que não se deve cultuar demais o passado, mas meu signo não deixa. Gosto demais de relembrar. É como se tivesse lido um livro que não me sai da memória.