quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O amor a si mesmo

Gente que me lê, se é que há; será que é possível o amor a si mesmo, como dizem por aí? Ora, se de fato existe, para cada um de nós, uma única substância, se somos finitos, vulneráveis, passageiros, é sinal de que carecemos de consistência e de solidez. O que será então que amamos em nós, se somos tão transitórios? Não seria por isso uma ilusão o amor próprio? E Narciso? Como entender Narciso? Não teria ele amado, não a si mesmo, mas`a beleza que dele rescendia? Para morrer sem esquecê-la? Pois tudo o que perdura, perdura na memória e pela memória? AGORA CHEGA DE FILOSOFAR, E VAMOS AO QUE INTERESSA: olhe lá, gente de minha aldeia e de todas as aldeias dessa grande aldeia global; o verbo amar é intransitivo em alguns contextos, e transitivo direto nos demais. Só na expressão "amar a Deus" é que se coloca a preposição a , mas nesse caso o objeto não é indireto.; é o esquecido objeto direto preposicionado. E porque Deus se ama sobre todas as coisas. Se fosse você, pobre mortal, eu diria: amo você; sem preposição, pois que você não a merece. E chega, já pensei demais pra hoje.

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